sexta-feira, 30 de julho de 2010

“Os trabalhadores precisam de casas, não do Batalhão de Choque”, diz Vera Lúcia

A derrubada dos barracos no Morro do Avião ocorrida na última quinta-feira, 29, traz à tona o debate sobre a questão da moradia. Sobre isso, Vera Lúcia, candidata a governadora pelo PSTU, não poupa críticas ao atual Governo do Estado e apresenta as suas propostas para resolver o problema.

Apesar de os dados do Governo do Estado apresentarem um déficit habitacional de 80 mil moradias, a candidata prefere basear-se em dados de moradia fornecidos pelos movimentos sociais. De acordo com o Movimento Organizado dos Trabalhadores Urbanos (MOTU), Sergipe precisaria construir aproximadamente 200 mil casas para abrigar todos os que não têm um lar para chamar de seu.

Segundo Vera Lúcia, os dados oficiais apontam a necessidade de construção de quase 8 milhões de novos lares. “O programa Minha Casa Minha Vida não resolve o problema da falta de habitação, já que planeja construir apenas 1 milhão de casas. Vai deixar de atender outras 7 milhões de famílias. Mas as grandes empresas serão muito bem servidas.

Vera Lúcia argumenta que, em 2009, mesmo durante o auge da crise econômica, as construtoras tiveram crescimento recorde em suas ações. E em 2010 a tendência de valorização é ainda maior, surpreendendo até os investidores. “O governo tem o objetivo apenas de garantir o lucro das construtoras, pois foram essas as responsáveis por doar milhões para as campanhas dos grandes partidos”, disparou a candidata. Ela ainda cita o exemplo da proposta de plano diretor para Aracaju, recentemente elaborada, que foi escrita pelas construtoras.

“Segundo o Dieese [Departamento Intersindical de Estudos Sócio-econômicos], seria possível acabar com o problema da habitação com 94 bilhões de reais. Nem Dilma, nem Serra estão dispostos a fazer isso, mas Lula, bem ao estilo PSDB, destinou 394 bilhões de reais em 2009 para salvar bancos e grandes empresas”, sustenta Vera Lúcia.

Plano de Obras

A candidata do PSTU propõe para resolver esse tema um grande “plano de obras públicas sob controle dos trabalhadores”. “Vamos construir casas, escolas, hospitais para atender aos interesses dos trabalhadores. Ao mesmo tempo, estaremos dando resposta à questão da falta de emprego, que é um verdadeiro drama para os sergipanos”, defende. De onde viriam os recursos? “Não pagaremos as dívidas interna e externa, que são imorais. Basta de dinheiro para os empresários. A nossa prioridade é o trabalhador”, responde.

“O problema da moradia deve ser encarado de forma séria. O desespero do povo pobre que fica desabrigado a cada chuva deve ser solucionado imediatamente. Não dá para esperar. Ao invés disso, o atual governo, assim como os anteriores continuam a tratar os movimentos que lutam por moradia como criminosos. Os trabalhadores precisam de casas, não dos cassetetes do Batalhão de Choque”, finaliza Vera Lúcia.

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